sábado, 31 de janeiro de 2009

Entre os bares, a gente.

eu, num vestido azul-marinho;
você apostando na clássica hering branca.

lembro do cheiro do tempo,
da cerveja, da coca sobre a mesa
e de você olhando pras minhas coxas,
que escapavam do vestido.

a gente era só sorrisos
e promessas travestidas de meias palavras.

ainda sou capaz de traçar o contorno dos seus olhos,
de roçar na sua barba e de dizer eu te amo
sem que haja
um

som

(repito me demorando na última sílaba)
um.só.som.

você teria que estar atento ao balé dos meus lábios
e não menos atento aos sinais de outras partes do meu corpo

como meus pés, por exemplo,
que caminham em sua direção.



Paula

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei do poema, Paula (ou noiva rs), não sei pq a insegurança.

"lembro do cheiro do tempo" - uma boa forma de lembrar de algo, gostei disso... memória olfativa, tenho muito disso... lembro de acontecimentos bons da minha vida pelo cheiro, um perfume, uma estação do ano, cheiro de chuva...

"a gente era só sorrisos
e promessas travestidas de meias palavras." - perfeito!!!

Bom, o que dizer? Mais um pra minha coleção particular de poemas seus.

Beijo.

Anônimo disse...

Um-ssssó-ssssommmmm. Adoro como isso sai gostoso da boca!

Beijos lindona!

Mi disse...

Lindo!
Sei bem como é sentir isso, rs.