quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

anel de noivado

(para Paula Fernanda)


escrevo um verso primeiro
e
deixo uma linha em branco
onde
deveria estar o segundo:
em branco, linha da minha vida
falta um verso –
justamente
aquele
onde falo de você.

vivo no inverso das coisas –
não sei onde estou quando só sei
o que quero:

você e uma nuvem de borboletas prateadas
num altar de mil santos ou
flores ou
dias de sol ou
qualquer coisa bonita
que reflita um nós dois
como procuro –

quero uma poesia para a vida toda ou então
que no minuto teu caiba a eternidade inteira...
exatamente como tudo que é seu
cabe no meu verso –

madeixas de vinho tinto,
all star e estrelas e promessas de azul noite;
tudo somo
ao que somos
e ao que seria
se fossemos –

quero casar meu verso com seu poema:
o eu e o você vou jogar fora:
daqui pra frente vai ser só

nós
ou nossa! por que não?

de qualquer forma
deixo o verso e a linha em branco – anel e aliança
para que não diga que em minha poesia

não há

romance.


(Fernando Albuquerque)








desculpe, mas vou ter
que devolver teu anel.
não leva a mal, não, é só
que eu não posso fazer nada
com esse dedo & ele já está
começando a cheirar que nem
um olho! sabe, eu até gosto
de ter cara de doido,
mas quando eu toco meu banjo
no palco, tenho que pôr luva.
desnecessário dizer que isso
está afetando meu desempenho.
pode crer. não tem nada a ver Cor do texto
com meu amor por você...
aliás, devolver o anel
deve até fazer que meu amor
por você aumente ainda mais...
um abraço pro teu médico
beijos,
Toby Aipo



(do livro "Tarântula", bob dylan)



Paula

Um comentário:

Anônimo disse...

hahaha
adorei a resposta!!!
tudo bem, vou guardar o anel e te dar um banjo...