sexta-feira, 19 de agosto de 2011

alarme

dia dessses me deu uma Saudade Danada
dos versos escritos à meia lua de um poste público num apartamento privado sobre um bar movimentado de Botafogo
deu Saudade das risadas inebriadas sob os arcos da lapa
do cheiro de serragem de certa praça ensolarada da gamboa
Saudade do Maracatu!
deu Saudade das alturas e do desequilíbrio...das pernas e de outros amores
Saudade dos graves e dos grooves
das sambadas de madureira,
do ciúme no salgueiro
das cervejas antes do almoço em bangu
Saudade do gosto de novo que tinha a tijuca
me deu uma Saudade das visões da praça onze e do rapé que um bufão mui rude e doce (como só um bufão sabe ser) me apresentou
Saudade do Maracatu!
me deu Saudade da avenida pasteur e da volúpia inquestionável que a cidade de salvador provoca.
deu Saudade dos poetas marginais e jardineiros noturnos.
me deu uma Saudade dos amassos num forró de domingo à noite e da cama apertada quase de manhã
deu Saudade da Energia e da Vibração!
tanta que meu espírito se arrepiou de tudo isso
e eu engravidei
fiquei grávida de um Planeta!
pari um Planeta com nome de índio, sangue de cidadão do mundo e sorriso de universo em botão
e me deu Saudade, mas tanta Saudade que até me abriu uma ferida
e não tem remédio que des inflame meu peito
Saudade do Maracatu!
e foi tanta Saudade, tanta! que como muito sabiamente escreveu uma correspondente no maranhão: "tanta Saudade que até passou..."
dia desses eu me dei conta de que sou feita de Saudades e de Sonhos voadores.

e me deu Saudade de escrever no andoando também...

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